[Fórum das Letras] O caminho de um livro hoje
No último fim de semana, Ouro Preto se encheu de editores, agentes literários, escritores e, claro, leitores. Todos em torno de uma questão instigante: “como se faz um livro?”. Em parceria com a Rádio UFMG Educativa, o Pra Ler esteve na história cidade mineira para procurar respostas para a pergunta-tema da 8ª edição do Fórum das Letras, realizado entre os dias 22 e 25 de novembro.
Ao longo desta semana, você confere as conversas que tivemos com alguns dos participantes. Acompanhe também a programação da Rádio na frequência 104,5 FM ou pela internet (www.ufmg.br/radio).
Graciliano Ramos, Rubens Braga e Cristovão Tezza são alguns dos muitos autores que ficam na responsabilidade de Lívia Vianna, editora de ficção nacional da Record. Com todo essa bagagem, Lívia foi convidada para discutir os “Processos de produção do livro no passado e no presente”, no último dia 23. A conversa que tivemos pouco antes da mesa começar já dá um gostinho do que foi o debate:
Quais as diferenças entre a produção de um livro no passado e atualmente?
A pesquisa. Agora, em qualquer informação que eu precise checar, a internet está totalmente me assessorando. Antigamente, para fazer um livro você tinha que ler vários livros. Outra dificuldade era a impressão. O sistema de impressão hoje em dia é super tecnológico Existem várias formas de se imprimir um livro. Você tem mais opções para o livro ter o acabamento como um produto de arte.
Qual o caminho que um livro faz até as mãos do leitor?
Assim que o livro fica pronto o autor começa a procurar uma editora, seja por um agente literário ou diretamente com a gente. A editora analisa o original e, se a obra realmente interessar, a gente começa o processo de edição do livro, que pode demorar de quatro meses a, às vezes, anos. Tem autores que, a cada vez que você vai fazer a revisão, começa um livro novo. Cada livro tem uma história. Tem obras que eu estou fazendo há quase dois anos – e não vejo que vai ficar pronta tão cedo – e tem livro que fica pronto de repente. Muitas vezes o livro é o fruto da pertubação do autor. Então você tem que respeitar o processo de cada um. Não tem como dizer quanto tempo o livro vai demorar, nem os processos que ele vai ter.
Conta para a gente a história desse livro que você está produzindo há quase dois anos?
Essa obra específica está demorando tanto por que ela é uma autora estreante e não faz a menor ideia de quando o livro vai ficar pronto. Acho que uma das coisas mais difíceis de se escrever um livro é entender que ele acabou.
E quais são as principais dificuldades hoje no processo de produção de um livro?
As maiores dificuldades são na produção de um livro estrangeiro, na hora da tradução. Eu era editora de ficção estrangeira, antes de fazer ficção nacional. Agora, por exemplo, está um boom de literatura sueca. E como você vai conseguir um tradutor e um copy desk do sueco e um revisor… E você mesmo: o editor não tem a segurança de que o livro está completo porque não conhece a língua original.
Thais Marinho
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